2008-09-15

Do cavalo, do burro

Instila-me ardor essa agulha enterrada no pó;
Liberta-me a fronte destas palas imbecis,

E fustiga as coxas musculadas do asno louco em fúria,
Que em corrida sob a lua cheia na noite escaldante,
Raia de sangue os olhos dos aldeãos sobressaltados em pavor,

Até que seja de novo dia e os primeiros raios de sol
iluminarem as brancas paredes de cal,
Alvas como a palidez da lua que se sumiu;

Com a insegura consciência que a luz do dia traz aos rostos encovados
procura encontrar o rasto da besta que te assombrou os sonhos, da qual apenas resta uma mancha de sabgue coagulado no meio da estrada;

Sutura!Sutura!
Sutura!Sutura!
Sutura!Sutura!

Procura e procura bem!
Enquanto no céu ainda brilhar o astro -rei
No regresso da escuridão de novo escutarás no leito
os cascos diabólicos estripitando tempestades de trovões brotando do solo!

Sutura!Sutura!
Sutura!Sutura!
Sutura!Sutura!


“E se depois” - Zé dos eclipses/Zé dos eclipses - Miguel Pedro (Mão Morta-LP)

E se depois
O sangue ainda correr
Corre atrás dele

E se depois
O fogo te perseguir
Aquece-te nele

E se depois
O desejo persistir
Consome-te nele

E se depois
O sangue ainda correr
Corre atrás dele

E se depois

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