2007-11-07

Tango

E colapsa a parede, lado esquerdo.
Finalmente entra luz no espaço. A mulher não parava de cantarolar. Parecia não se ter dado conta do sucedido. O homem do acordeão também não parara de tocar mas o olhar de soslaio para a brecha denunciou a sua atenção.
Música, canto, as pessoas dançavam. E se antes já não era claro para elas o motivo, agora ainda menos o era. Mas mesmo assim não paravam o movimento, levados pela inércia e pela cadência do tango. Na escuridão os passos da dança não se viam, não se podia ter percebido se eram tão tropêgos como agora se mostravam à luz clara.
Como todas as outras, esta música teve também o seu fim. Foi alívio o que sentiram os presentes, uns por finalmente poderem parar e descansar, a mulher porque liberta da canção podia enfim escutar o novo mundo que se abrira.

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